investigação

Conselheira tutelar denuncia agressão de policial militar em Tupanciretã

Michelli Taborda

O que era para ser mais um atendimento do Conselho Tutelar de Tupanciretã, após um caso de violência doméstica, acabou sendo desdobrado em outro caso policial. Na quarta-feira passada, uma conselheira tutelar do município registrou uma ocorrência na Polícia Civil por agressão. No boletim, ela alega ter sido derrubada, algemada e pisoteada por um tenente da Brigada Militar (BM). A mulher teve uma costela quebrada e ferimentos pelo corpo em decorrência da suposta agressão. 

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De acordo com a conselheira, que tem 43 anos, ela e uma colega haviam sido chamadas até uma residência onde uma mulher havia sido agredida pelo companheiro. Como a situação já era recorrente e havia uma criança de dois anos na casa, as duas conselheiras acompanharam a mulher até o posto da BM para o registro do ocorrido. No local, foram recebidas pelo tenente, que questionou o que elas fariam com a criança. 

- Eu informei que a criança ficaria sob os cuidados do Conselho Tutelar até darmos o encaminhamento ao caso. Neste momento, ele puxou a criança dos meus braços e disse 'vocês não são médicas para decidir isso' e foi levando a criança até a mãe. Eu pedi para que ele fizesse, então, um termo de responsabilidade pela criança, pois ele estava interferindo no nosso trabalho. E acho que foi aí que ele pensou que eu o estava afrontando - comentou a conselheira. 

A mulher alega ter sido puxada por um dos braços até uma sala, dentro do quartel da BM. Trancada com o tenente, ela teria sido algemada e derrubada ao chão, onde teria sido pisoteada pelo PM. Após gritar por socorro, ela teria sido colocada sentada em uma cadeira, e o policial teria dito que iria colher o depoimento dela a respeito do caso. Em seguida, a mulher foi liberada. 

- Minha colega e outro policial ficaram do lado de fora, porque ele não deixava ninguém entrar. Eu fiquei sem entender nem acreditar no que estava acontecendo. Sou conselheira tutelar há dois anos e meio e o nosso relacionamento com a Brigada Militar sempre foi de muito respeito. Essa situação me pegou de surpresa. Em nenhum momento eu tive a chance de explicar o que estava fazendo ali, apesar de estarmos com o veículo do Conselho e termos avisado, por telefone, que iríamos até o quartel. Foi uma mistura de sentimentos. Primeiro, de surpresa, porque nunca imaginei qualquer tipo de agressão desse órgão em relação ao meu trabalho e, segundo, de muita humilhação mesmo - relatou.

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Depois de sair do local, a conselheira se encaminhou até a Delegacia de Polícia do município, onde fez o registro por agressão. O caso também foi encaminhado ao Comando Regional da Brigada Militar, em Cruz Alta, que instaurou, na última sexta-feira, um Inquérito Policial Militar (IPM) que vai apurar a conduta do PM envolvido. 

Conforme o comandante do 16º Batalhão de Polícia Militar de Cruz Alta, major Rogério Alves, a BM tem 40 dias para concluir as investigações do caso. Nesta quarta-feira, as conselheiras e a mãe da criança, que teriam testemunhado o fato, foram ouvidas pela BM. O tenente deve ser ouvido nos próximos dias.

- Assim que ficamos sabendo a respeito desse caso, instauramos o inquérito e estamos apurando os fatos. Qualquer manifestação antes de termos finalizado o procedimento investigatório é bastante difícil de ser feita. Sabemos que a fratura na costela foi comprovada e seguimos ouvindo as testemunhas para podermos dar o devido encaminhamento desse caso, mas queremos esclarecer que não haverá corporativismo nem nada do tipo nessa investigação. Se, ao final desse inquérito, for comprovada essa denúncia, vamos fazer todos os procedimentos conforme a lei que seguimos - explicou o major.

O PM segue atuando no município.

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